sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PROJETO BIOGRAFIAS

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Angelina dos Anjos
Projeto desenvolvido para conclusão do Programa
Gestar II formação continuada para professores do
Ensino Fundamental.
APRESENTAÇÃO
Na época da 2ª Guerra mundial, os jovens brasileiros nascidos em 1918 tomaram a decisão de lutar contra os inimigos do eixo da nossa nação.
A nossa forca armada brasileira breviava o selecionamento de jovens para a guerra e, por falta de matéria prima enviaram homens para a Amazônia, para trabalharem na extração da borracha, Os jovens foram obrigados a abandonar pai e mães, e seus demais familiares, seguindo itinerário para o vale Amazônico.
Vieram soldados de todos os estados brasileiros. Do Nordeste os falados cabras da peste chegaram ao Pará o seu primeiro estacionamento entraram 300 homens para explorarem um seringal. No Rio Xingu, em uma só madrugada foram quase todos devorados pelos índios urubus. Foi uma cena de amedrontar foi o destino quem os enviou de tão distante somente para cumprirem o seu destino, Desses soldados escaparam poucos deles, alguns que sobrevivem podem contar a historia.
Com fé em Nossa senhora dos seringueiros, os valentes soldados da borracha enfrentaram cenas perigosas com o risco da própria vida, Por serem homens de fé, falaram em uma só voz enfrentaremos o que der e vier nas margens do rio Pacaas Novas, Rio Negro, Rio Guaporé, Cautário e no São Domingos, todos foram habitados e explorados pelos valentes soldados da borracha
O Projeto Biografias aqui apresentado é uma atividade pedagógica que visa o desenvolvimento da competência leitora dos alunos a partir da leitura, análise e escrita do gênero narrativo biografia. A biografia é uma narrativa sobre a vida de alguém. O foco deste é a biografia dos Soldados da Borrachas.
TEMA: Biografias na sala de aula
PROBLEMÁTICA
O relato biográfico contém uma variedade de temas muito grande, já que aborda momentos diversos e relevantes da vida de uma pessoa. Por exemplo, o texto pode conter a descrição dos hábitos e costumes da família do biografado e de sua comunidade mais próxima, pode retratar em detalhes como era a região em que ele nasceu ou em que ele cresceu, pode apresentar informações sobre a cultura (artes plásticas, literatura, música, teatro) da época, além de relatar os fatos históricos que influenciaram (ou mesmo determinaram) a infância e a escolha profissional do protagonista da biografia.
Se a personalidade retratada viajou por diferentes lugares, a cultura e a realidade destes outros locais também podem ser identificadas na narrativa.
Conhecer biografias diversas permite que os alunos ampliem seus horizontes e conheçam outras formas de se viver, diferentes da sua. Hábitos e costumes de outras épocas e locais mostram que existem múltiplas maneiras possíveis e legítimas de ser e de agir no mundo. Isso favorece tanto a tomada de consciência das características da própria sociedade em que se vive, quanto a constituição de um sentimento de tolerância e valorização da diferença.
Nessa perspectiva, as biografias de personalidades brasileiras são especialmente importantes, já que o Brasil é um país formado por tantas culturas e crenças. Além disso, as biografias são um veículo para se conhecer melhor a nossa própria história. É importante resgatar e valorizar a memória de homens e mulheres que, em diferentes períodos lutaram para construir um Brasil com menos desigualdade e mais justiça. Com essa perspectiva, crianças e jovens têm a possibilidade de conhecer a própria cultura e valorizá-la – o que é o ponto de partida para a construção de uma identidade cidadã.
O projeto gerado a partir de uma biografia pode ser um trabalho específico de uma determinada matéria do currículo ou um projeto interdisciplinar.
JUSTIFICATIVA
O projeto Biografias é uma situação em que a linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, são lingüisticamente significativos em que faz sentido ler para escrever, escrever para ler, ler para decorar, escrever para não esquecer, ler em voz alta em tom adequado. Com o propósito de ampliar o repertório de leitura agregada ao gênero textual biografia, pretende-se fomentar nos educando a iniciativa e o prazer pela mesma, para ampliar seus horizontes, trocar experiências, exercitar sua vivência e crescer como ser.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De repente, em plena Segunda Guerra, os japoneses cortaram o fornecimento de borracha para os Estados Unidos. Como resultado, milhares de brasileiros do Nordeste foram enviados para os seringais amazônicos, em nome da luta contra o nazismo. Essa foi a Batalha da Borracha, um capítulo obscuro e sem glória do nosso passado, ainda vivo na memória dos últimos e ainda abandonados sobreviventes. No final de 1941, os países aliados viam o esforço de guerra consumir rapidamente seus estoques de matérias-primas estratégicas. E nenhum caso era mais alarmante do que o da borracha. A entrada do Japão no conflito determinou o bloqueio definitivo dos produtores asiáticos de borracha. Já no princípio de 1942, o Japão controlava mais de 97% das regiões produtoras do Pacífico, tornando crítica a disponibilidade do produto para a indústria bélica dos aliados.
“Os nordestinos recrutados para trabalhar nos seringais foram chamados de "soldados da borracha", mas jamais receberam soldo nem medalhas.”
Marcus Vinicius Neces
A conjunção desses acontecimentos deu origem no Brasil à quase desconhecida Batalha da Borracha. Uma história de imensos sacrifícios para milhares de trabalhadores que foram para a Amazônia e que, em função do estado de guerra, receberam inicialmente um tratamento semelhante ao dos soldados. Mas, ao final, o saldo foi muito diferente: dos 20 mil combatentes na Itália, morreram apenas 454. Entre os quase 60 mil soldados da borracha, porém, cerca da metade desapareceu na selva amazônica.
A Batalha da borracha, assim chamada em alusão à necessidade estratégica e o Estado de guerra, oficializado no Brasil, deste modo foi instituído o “soldado da borracha” para atuar no vale amazônico, como demonstra o Decreto Presidencial no 5.225 de 14/02/1943, em seu artigo 1º:
O Presidente da República, usando da sua atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição e considerando que produção da borracha é essencial ao esforço de guerra e a defesa militar do país decreta:
Art 1º – os trabalhadores nacionais encaminhados ao Vale amazônico para extração e exploração da borracha, devidamente contratado nessas atividades, são considerados de incorporação adiada até a terminação do contrato de trabalho, ou em quanto se dedicarem àquela atividade.
Mensagem presidencial divulgada em maio de 1943:
Seringueiros! Dediquei todas as energias à batalha de borracha, precisamos de mais borracha, pois é sobre ela que se encontra a guerra moderna. Pois são grandes os equipamentos que necessitam da goma elástica, produzidas sem repouso, (...) Nas guerras modernas não fazem parte somente soldados que estão no campo de batalha, mas, toda a nação: homens mulheres, velhos e crianças. A vós desbravadores da Amazônia, sois mais importantes soldados, Unidos veremos sibilar a bandeira do Brasil.
Além do projeto ser ligado a uma ou mais áreas do conhecimento – que pode ser planejado com o auxilio de um mapa de idéias – a biografia pode ser usada em sala de aula como uma atividade planejada para as aulas de língua portuguesa, tratando especificamente do gênero narrativo da qual faz parte.
Para que o projeto seja bem sucedido, é necessário que os alunos conheçam bem a biografia da personalidade selecionada como modelo pelo professor. Somente depois disso, o professor iniciará com seu grupo a preparação das biografias.
OBJETIVO GERAL
O objetivo deste projeto é criar um espaço de reflexão sobre as características da linguagem escrita e promover situações de leitura e escrita de biografias, e oferecer subsídios para o desenvolvimento da competência leitora através do gênero narrativo biografia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Reconhecer a importância do gênero textual para a nossa vida.
2. Identificar a linguagem aplicada neste gênero textual.
3. Valorizar a história de vida de cada um com ênfase nas pessoas idosas.
4. Realizar entrevista com os Soldados da Borracha.
5. Aprender características específicas das biografias: linguagem mais usual, expressões usadas, apresentação da estrutura do texto.
6. Com a ajuda do professor, aprender alguns procedimentos de revisão (como reler cada parte e verificar a articulação com o que já foi escrito e planejando e o que falta escrever; fazer rascunhos etc).
7. Escrever coletivamente uma biografia.
8. Revisar o próprio texto, e inserir palavras e expressões destacadas de outros textos em atividades de análise de texto no contexto adequado.
9. Valorizar o trabalho em grupo.
METODOLOGIA
O principal objetivo do trabalho é a capacidade criadora e a apropriação da linguagem escrita. É importante que elas conheçam o modelo. Por isso, apresente várias biografias para que os alunos se familiarizem como o tipo de texto e, sempre que possível, deixe os livros ao alcance das crianças, para serem manuseados e lidos.
Será elaborado um roteiro de pesquisa contemplando todos os assuntos que gostariam de escrever nas biografias.
Com o roteiro pronto, e antes de escrever a biografia, os alunos deverão escrever coletivamente uma biografia, a fim de experimentar a produção do tipo de texto que acabaram de conhecer. Pode ser a biografia do diretor da escola, a de outro professor, ou a de um servente, mas deixe que a classe escolha quem será o biografado.
Só então parte para a entrevista e escrita da biografia
Com o fim da tarefa, a etapa seguinte é uma revisão do texto a partir da pergunta: "o que precisamos fazer para que esta biografia fique mais bonita e mais gostosa de ler?" Essa atividade é o que chamamos de "análise-de-texto-bem-escrito". As crianças costumam responder com a precisão de um escritor, são rápidas e fulminantes, pois sabem o que faz diferença, percebem que a linguagem escrita não é igual à falada, e precisam apenas da oportunidade de pensar e dizer.
Feito isso, comece a temporada de intensa produção de texto, revisão e ajustes. É importante que todos os textos sejam de autoria das crianças. Lembre-se de que um dos imperativos da sala de aula é a diversidade. A heterogeneidade faz parte da vida escolar, e cabe ao educador respeitar e planejar boas situações de aprendizagem para todos.
Roteiro para entrevista
01. Qual o seu nome?
02. De onde veio?
03. Quando veio?
04. Como veio?
05. Por que veio?
06. Quantos anos tinha quando chegou aqui?
07. O que esperava encontrar aqui?
08. Como era o dia-a-dia no seringal?
09. Como era a alimentação?
10. Quais as principais dificuldades enfrentadas?
11. Como era a moradia?
12. Quanto tempo ficou no seringal?
13. Conseguiu retornar alguma vez a sua cidade natal?
14. Tinha contato com os familiares de sua terra?
15. Se teve como foi feitos? Tem algum documento que comprove?
CRONOGRAMA
Setembro de 2010.
AÇÕES
 Pesquisa das etnias que deram da origem do povo de Costa Marques;
 Visita a associação dos Seringueiros;
 Aula prática na reserva do Curralinho;
 Entrevistas com Soldados da Borracha;
 Produção de texto – Revisão das biografias;
 Elaboração de convites;
 Solenidade de encerramento do projeto.
EQUIPE DE TRABALHO
Este projeto está direcionado aos alunos da 8ª A e 8ª C da escola E.E.F.M. Angelina Dos Anjos.
Professores responsáveis:
Elessandra Teixeira dos Santos
Eliene Gomes Ferreira
Nivaudo Alves dos Santos
Terezinha Ana da Silva
Coordenação Pedagógica: Antonia de Sá Silva
Direção: Edivaldo Rosa Ferreira
Tutoria Gestar II Gildo Marques
CUSTEIO PARA O PROJETO:
- 200 Copias de convites
- 01 resma de papel a4
- 04 Blocos de anotações
- Lanche para 150 alunos
- Decoração
- Coquetel p/ 400 pessoas culminância do projeto
Alem da disponibilidade de Computador com impressora e acesso a internet; maquina digital com filmadora; 01 ônibus.
AVALIAÇÃO
Ao longo do desenvolvimento do projeto é possível avaliar:
- A pertinência dos textos produzidos pelos alunos em relação à sua função social, à sua forma e aos seus aspectos lingüísticos;
- Qualidade e propriedade dos comentários dos alunos nas rodas de revisão de texto;
- Ocorrência de marcas de revisão nos textos dos alunos, convencionadas em grupo;
- Uso de determinados comportamentos para ditar um texto ao professor (falar pausadamente, repetir alguns trechos, solicitar nova leitura, depois da mudança realizada etc.)
- Uso de comportamentos escritores: definir o gênero, planejar/decidir que aspectos serão tratados no texto, considerar o destinatário ausente...
- Uso de marcas textuais no discurso oral.
REFERÊNCIAS
– BURKE, Peter. A anatomia da biografia. Caderno “Mais!”, Folha de
S.Paulo, 2 de fevereiro de 2003.
– HISGAIL, Fani (org.). Biografia: sintoma da cultura. SP: Hacker Editores: Cespuc, 1997.
– VILAS BOAS, Sergio. Biografias & Biógrafos: Jornalismo sobre
personagens. SP: Ed. Summus, 2002.